sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Comentando.

Assim produzem os meus alunos.
O texto sobre o ciúme é de Camila, o do Holocausto de Mariana e a carta de um escritor.
Aproveitem!!!
Luz!
Tânia

Uma Carta.

Em razão de uma prova de vestibular,pedi a um aluno que redigisse uma carta,no entanto,na folha com o tema da redação havia a posssibilidade de se fazer,com o mesmo assunto,uma carta ou uma dissertação.
Espertamente,meu aluno dissertou,por não sentir prazer com a produção de cartas.
Diante do fato,coloquei que ele precisava fazer o modelo de correspondência,esse ponderou que faria,caso o tema fosse outro,concordei e pedi que escrevesse uma missiva para mim,sobre o caso acontecido e,assim,ele o fez.

Niterói,16 de outubro de 2009

Companheira Tânia:

Em relação à sua indignação, quanto à minha opção de realizar um texto dissertativo ,venho explicar-te que tal escolha não passou de uma falha comunicativa entre ambas as partes,além disso,a sua desatenção,desculpe a informalidade, comigo foi fundamental para a construção desse quadro.
Sendo assim,não foi por piedade ao seu ato de lecionar,mas por uma necessidade,diante da imprevisibilidade de uma prova,que realizo a construção de uma carta.Dado que,essa depende não só de um trabalho árduo,para tornar-se eficaz,como também,necessita as dissertações.
Embora,com essas,realmente,tenha treinado mais,quando se comparado às cartas.A partir disso,reconheço sua preocupação,já que você não é só uma professora companheira,como também,um baú de conhecimento.
Portanto,realizo mais uma produção textual,só que desta vez uma carta argumentativa que tem como finalidade reduzir as nossas preocupações, quanto ao evento do final de semana,a prova de redação da PUC.
Grato,seu discípulo,
Um Escritor

Fumaça

O fogo. O fogo não tem forma. O fogo não tem cheiro.O fogo não tem cor exata.O fogo não tem pai nem mãe,não tem futuro nem passado,não tem porquê nem tem razão.O fogo,apenas,é.E quando é,dança,.E enquanto dança,destrói.Não deixa nada além de nada.
Não obstante,a vida é diferente.A vida deixa rastro. Um fato ou ato resultra de outro que,por sua vez,é consequência de um terceiro.São elas,as consequências,que dão rumo à vida,como um caminho todo feito de bifurcações.É a teoria do Caos:o bater das asas de uma borboleta gerará um tufão do outro lado do mundo.
Logo,enquanto o fogo destrói,a vida constrói. E constrói,até mesmo,destruição.A História mostra:o massacre do Holocausto,quando milhões de judeus,negros e ciganos pagaram com a vida pela ignorância alheia."Holocausto",em hebraico,quer dizer um sacrifício em que se queima a vítima.Queimar para apagar,para destruir,para extinguir.
Mas o Holocausto,ainda,vive.Ele está nos olhos de quem vê a vida sob a ótica do preconceito,do pré-conceito.Na Alemanha,crianças morreram queimadas numa atitude neonazista,que mata baseada em ideias nazistas do passado.São os frutos,o bater das asas da borboleta,produto da destruição hitlerista.
A fragilidade da vida dessas crianças,suaves como uma pétala de rosa,cobertas pela triste fumaça,pela oniciência da morte. Até quando? O sacrifício já foi feito. Está na hora do fogo se apagar.

O Mais Casmurro dos Dons

O Mais Casmurro dos Dons

É difícil dissertar sobre o ciúme sem pedir licença poética a Machado de Assis. A história de Capitu e Bentinho é uma síntese desse sentimento humano, na medida em que mostra como o ciúme pode transformar a vida das pessoas, e quais as conseqüências desse, na vida do indivíduo ciumento.
Muito se discute sobre o ciúme nas relações amorosas entre homem e mulher, porém esquece-se que tal sentimento de posse, também, é muito comum entre amigos. Parece estranho pensar que em uma relação tão livre como é, ou deveria ser a amizade, possa haver espaço para o ciúme, entretanto, ele é mais freqüente do que parece. Por causa dessa vontade do ser humano de transformar tudo e todos em posse, somado ao medo da solidão – que passou de um estado de espírito construtivo a um temor coletivo – é cada vez mais comum ver amigos fazendo duras cobranças uns aos outros e agindo de forma tão autoritária, quanto o mais possessivo dos maridos.
Por outro lado, tão antigo quanto Caim e Abel é o ciúme entre irmãos e, nem é preciso grandes explicações Freudianas para entendê-lo. Para as crianças, o amor mais importante é o de sua mãe, assim, qualquer um que chegue para disputar a atenção materna será alvo de raiva. Dessa forma, é normal que isso ocorra até uma certa fase da vida. No entanto, quando o problema ultrapassa o limiar da disputa saudável pelo amor materno e a vida dos dois filhos do mesmo ventre passa a ser uma eterna competição, o ciúme assume a sua face problemática.
Sabe-se que todo ser humano, ao menos uma vez na vida, já assumiu o seu Dom Casmurro interior. Uns mais e outros menos, é verdade, mas as fantasias, o sentimento de posse e o medo de perder o ser amado são os mesmos. Contudo, deve-se ficar atento para que de normal e, até mesmo, “bonitinho” – como se diz – o ciúme torne-se doentio e o amor, em vez de o mais sublime dos sentimentos, transforme-se em sinônimo de posse.